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Para maioria da população, retorno das aulas não é seguro, aponta pesquisa

A grande maioria da população brasileira é contrária ao retorno das aulas presenciais. Isso demonstra o quanto a população está preocupada com relação à situação da pandemia do novo coronavírus e com as condições de segurança oferecidas aos estudantes.

Pesquisa realizada pela Paraná Pesquisas mostra que, para 61,9% dos brasileiros, no atual momento, não é possível retornar as aulas no Brasil com segurança. Para 34%, as escolas já podem ser reabertas aos alunos sem oferecer riscos. Já 4,2% não opinaram.

A pesquisa foi realizada entre os dias 15 a 18 de janeiro de 2021, no DF e nos 26 estados.
O grau de confiança é de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,0%.

Jornal Brasil Popular ouviu a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa, sobre o resultado dessa pesquisa. Segundo ela, não é por acaso que, no Brasil inteiro, a grande maioria da rede pública continua ainda com as aulas presenciais suspensas. “O ano se deu com aulas virtuais, nas plataformas, WhatsApp, enfim, naquilo que foi possível ser feito sem nenhum apoio do governo federal e com apoio abaixo do necessário por parte dos governos estaduais, distrital e municipais, marcando a ausência do papel do Estado.  Milhares e milhares de estudantes ficaram de fora de qualquer processo educativo no ano de 2020”.

Agora, pensar no retorno às aulas, como anunciou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), segundo Rosilene, não pode acontecer mesmo que a vacinação de professores se inicie. Ela afirma que a volta às aulas só deve acontecer quando a população estiver vacinada e lembra que a escola é frequentada diariamente não só pelos professores, o que torna ainda mais necessária a vacinação geral. A dirigente sindical ressalta ainda que é preciso garantir o cumprimento dos protocolos de segurança, como manter o distanciamento e o uso de máscaras, além de lavatórios em boas condições, material de limpeza e álcool nas unidades de ensino. E essas garantias precisam ser dadas pela Secretaria de Educação.

“Nós entendemos perfeitamente que parte das famílias precisam da escola, que por questões socioeconômicas acaba cumprindo um papel que vai além do processo de aprendizado, como por exemplo ficar com os filhos por um tempo enquanto os pais saem para trabalhar. Mas o que precisa ser colocado em primeiro plano é a segurança. E para isso, é necessário um planejamento, que deve ter como base um plano de vacinação. Mas até agora o governo ficou só nos anúncios, sem dados concretos.

Leia abaixo a nota divulgada pelo Sinpro-DF sobre a volta às aulas.

VACINA PARA TODA POPULAÇÃO É A ÚNICA MEDIDA DE SEGURANÇA TOTALMENTE EFETIVA PARA VOLTA ÀS AULAS

Após quase um ano de angústia e ansiedade, a vacina contra a Covid-19 está mais perto do que nunca de chegar aos braços dos brasileiros e das brasileiras. O processo de imunização, entretanto, se mostra lento e sustentado por incertezas. O cenário exige do GDF e governos estaduais prudência, na mesma medida que pede à população a permanência da luta intransigente pela defesa da vida.

Com o tímido início da imunização contra o novo coronavírus no DF, o governador Ibaneis Rocha ratificou o retorno presencial às salas de aula no dia 8 de março e disse que “espera” vacinar todas/os as/os professoras/es até lá. Todavia, o cenário complexo que vivemos exige ações robustas e amplas, sob o sério risco de tornar ainda mais assustadores os números referentes à contaminações e mortes pela Covid-19.

Todos os dias, meio milhão de pessoas transita nas escolas públicas do DF. Não apenas professoras/es, mas educadoras/es educacionais, estudantes, trabalhadoras/es terceirizadas/os que realizam serviço de merenda, limpeza e vigilância. Essas quase 500 mil pessoas estão diariamente em contato com seus familiares, em transportes coletivos e espaços públicos.

Evidencia-se portanto que a reinserção das/dos trabalhadoras/es de educação no grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19 – alteração realizada pelo GDF após pressão da categoria – foi acertada, mas não é suficiente para garantir segurança à população. O único caminho que se aponta como seguro para o retorno presencial às aulas, ainda que de forma híbrida, é a vacinação de toda a população. Para além disso, é irrenunciável a exigência de que as escolas estejam preparadas para este retorno, cumprindo com todos os protocolos de segurança apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Espaços adequados, itens de higiene pessoal, máscaras e álcool em gel estão logo após a vacinação na lista de prioridades para o retorno presencial às escolas.

Sabemos que foram muitos os prejuízos gerados para a educação diante da pandemia do novo coronavírus, mesmo com todo empenho da categoria, alunas/os e familiares para realizar o ensino intermediado pela tecnologia. Um esforço que se tornou muito mais árduo pela ausência de políticas públicas e desinvestimento na educação pública. Entretanto, o retorno precipitado às salas de aula incorre em irresponsabilidade do governo, já que são reais e iminentes as chances do aumento do número doentes e vítimas fatais da Covid-19.

É por isso que o Sinpro-DF reafirma que a única medida de segurança totalmente confiável em tempos de pandemia é a vacina para todas e todos. Essa é a nossa luta!

Diretoria colegiada do Sinpro-DF

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