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Audiência na CLDF: ex-diretor da Aneel afirma que privatização da CEB não é necessária

fev 20, 2020

Com o plenário da Câmara Legislativa lotado, deputados, especialistas, sindicalistas e trabalhadores defenderam em audiência pública realizada na quarta-feira (20) a manutenção e recuperação da CEB pública.

Em uma ampla explicação sobre os riscos e históricos malfadados de privatizações no setor elétrico , o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, rebateu declarações do governador, Ibaneis Rocha, sobre a perda do controle acionário da CEB. Hubner foi enfático ao afirmar que “o governador está mal informado sobre a situação da CEB”. Ele disse ainda que é um risco quando a gestão de uma empresa pública se direciona para o mercado de capitais.

Para Hubner, “com ações rápidas e nada complexas, se recupera o equilíbrio da empresa, evita prejuízos aos cofres públicos e o governo pode decidir se quer uma CEB com controle do Estado e instrumento de desenvolvimento econômico e social do DF e sua população ou se ainda quiser alienar a empresa, que o faça por preço justo, sem causar prejuízos ao Estado”, ressaltou.

A deputada Arlete Sampaio (PT), uma das idealizadoras da audiência pública, lembrou do recente prêmio que a CEB recebeu da Aneel como a melhor distribuidora de energia elétrica do Centro-Oeste e a sétima do Brasil. Para a deputada, o prêmio Iasc 2019, Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor, é resultado do processo de recuperação da empresa, o que desmonta o discurso pró-privatização de ineficiência e insolvência da CEB.

Chico Vigilante (PT) apontou que a proposta de privatizar a CEB ameaça a segurança energética, a soberania e a capacidade de desenvolvimento da cidade.

O deputado Henrique Arantes (PTB), que defendeu a privatização da distribuidora de energia em Goiás, fez duras críticas à atual companhia que comprou a concessão da Celg. Ele disse que foi instalada uma CPI da Enel para investigação da abusividade dos valores cobrados na contas de energia e discutir a caducidade da concessão.

Arantes disse que a Enel começou a priorizar os grandes centros em detrimento de pequenos municípios e áreas rurais, levando a população a ficar até sete dias sem acesso à energia elétrica.

Representando o STIU-DF, João Carlos Dias, agradeceu a participação e empenho dos trabalhadores e trabalhadoras na defesa da CEB pública. Ele disse que diante das explicações dos participantes ficou claro que há saída para a preservação da CEB e a partir dos esclarecimentos, a entidade sindical vai intensificar o debate sobre os riscos da privatização com a sociedade.

A entrega da CEB à iniciativa privada “é uma traição da eleição”, segundo a deputada Erika Kokay (PT). Ela disse ainda que vai protocolar uma denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma vez que a empresa não pode ser desqualificada e rebaixada com a fala do governador. Kokay destacou também que Ibaneis Rocha pode tentar burlar a Lei Orgânica da cidade para desviar a discussão da alienação da CEB da CLDF. “Ele quer dar um golpe no próprio poder legislativo”. No entanto, a deputada afirmou que vai agir para impedir o desmonte da empresa que é patrimônio do povo.

Fonte: STIU-DF

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