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Greve Nacional da Educação: a maior aula pública dos últimos tempos

Nesta quarta (15), dia da Greve Nacional da Educação, a sala de aula transcendeu o espaço físico e chegou às ruas de todo País. O principal recado ao governo reacionário de Bolsonaro foi de que a Educação livre, pública e de qualidade deve ser prioridade, e que os estudantes, professores e os diversos segmentos da sociedade civil não abrirão mão desse direito.

Em Brasília, a mobilização contra os cortes na educação e outros projetos retrógrados do governo federal − como a reforma da Previdência − reuniu mais de 50 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios. Estudantes, professores e trabalhadores da Educação, movimentos sociais, representação sindical e parlamentares contrários às medidas arbitrárias de Bolsonaro lotaram o centro da capital federal empunhando faixas e entoando gritos contra os ataques à Educação. Como forma de mostrar indignação às medidas anti-povo, mais de 80% das escolas do DF paralisaram as atividades e aderiam ao movimento paredista desse 15 de maio.


De acordo com o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, “antes de ser uma política de ajuste econômico, o ataque de Bolsonaro à Educação tem cunho ideológico”. “O medo que o governo Bolsonaro tenta implantar na sociedade para poder dominá-la é coibido pela Educação. E é por isso, por libertar mentes, que o presidente quer liquidar este setor. Mas o povo já mostrou que não vai aceitar esse ataque e nenhum outro, como a reforma da Previdência. Estamos dando o nosso recado nas ruas, com muita luta e unidade.”

“A educação é um dos principais alvos de Bolsonaro porque ele tem medo do que a gente pode fazer, pois quando você estuda, você entende o que ele está falando. E o que ele está falando é muita merda”, destacou a estudante de Arquitetura e Urbanismo da UnB Sabrina Albuquerque.


A dirigente do Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), Rosilene Corrêa, lembrou que a greve geral da Educação, inicialmente, foi convocada pela CNTE, envolvendo o ensino fundamental e médio. Entretanto, diante dos ataques greves de Bolsonaro, todos os setores da Educação se somaram ao movimento paredista. “A mobilização desse dia 15 marcou o início de um novo ciclo: o da reação. Essa mobilização, que também se deu contra a reforma da Previdência, mostrou que é possível sim mudar os rumos desse país. O caminho é esse: tomar as ruas!”, disse a dirigente sindical.

Concentração e marcha

A concentração do ato no DF que marcou Greve Nacional da Educação foi no Museu da República e teve início por volta das 10h. Rapidamente, o espaço foi tomado pelos manifestantes. Ficou nítida a indignação e preocupação com os rumos que a Educação está tomando. Por volta das 11h, a multidão desceu em marcha até o Congresso Nacional. Era tanta gente, que quando o carro de som que coordenava a ação chegou ao destino final, ainda havia gente no Museu Nacional da República, um trajeto de cerca de 2,5 Km.


Ainda na concentração do ato, o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da Bancada do PT no Senado Federal, afirmou que o governo “quer cultivar a ignorância, o obscurantismo, para que assim possa hegemonizar e dominar a sociedade brasileira”. “A juventude entrou na luta. E quando a juventude entra, a história começa a mudar. E esse dia 15 de maio vai ficar marcado na história no nosso país como início do fim do governo da extrema direita e do fascismo no Brasil”, disse.

Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), Bolsonaro faz uma “guerra ideológica” quando ataca a Educação. “Eles querem promover um país de robôs. Eles pensam que podem manipular a consciência das pessoas. E, para isso, tentam derrotar, todos os dias, professoras e professores, estudantes e toda a Educação pública”, disse.

Movimento sindical engrossa manifestação

Além dos sindicatos CUTistas do ramo da educação, outras entidades sindicais engrossaram a Greve Nacional da Educação e deram impulso à Greve Geral chamada pela CUT e demais centrais para 14 de julho.


O coordenador geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves , ressaltou que Greve Nacional da Educação é apenas o início da resposta do povo aos desmandos de Bolsonaro. “É o povo brasileiro em busca de reconquistar a democracia, os seus direitos. A luta da Educação é uma luta de todo o povo brasileiro e, portanto, de todo o movimento sindical. Vamos precisar de todos unidos também para acabar com a reforma da Previdência”.

Já o presidente do Sindbombeiros-DF, Felipe Araújo, destacou que “o ato é um movimento de abertura para a Greve Geral e prova que a população quer Educação”. “O povo tem mostrado que não vai aceitar os ataques de Bolsonaro”, alertou.

Ato pede Lula Livre

O legado de Lula para a Educação brasileira foi lembrado nessa greve geral. De cima do caminhão de som, a presidenta do PT Nacional, deputada Gleisi Hoffmann, levou aos milhares de manifestantes o recado do presidente que está preso injustamente. “Não arredem pé! Lutem para defender a educação”, pediu Lula à sociedade brasileira neste 15 de maio.

Já o presidente Jair Bolsonaro desdenhou das mobilizações que arrastou milhões de brasileiros e brasileiras pelas ruas do Brasil. “A maioria ali é militante e não tem nada na cabeça. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona”, disse durante viagem ao Texas, ao ser questionado sobre as manifestações.

O clamor por Lula livre nessa greve geral da Educação não é algo fluido. Durante seu governo, Lula criou 18 novas universidades, 173 novos campi universitários, 214 novas escolas técnicas federais, 422 novos Institutos Federais; investiu R$ 94 bilhões na educação em 2012, destinou recursos do pré-sal para a educação, beneficiou 100 mil estudantes com o Ciência Sem Fronteira e 6 milhões com o Pronatec, além de viabilizar a entrada de outros milhões no ensino superior. Na contramão da política adotada pelo PT, Bolsonaro corta 30% do orçamento das universidades, desmonta conquistas de educadores, acaba com ensino de Filosofia e Sociologia, quer implantar o famigerado Escola Sem Partido e entregar o pré-sal para os Estados Unidos.

Fonte: CUT Brasília, por Leandro Gomes 

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