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TSE e STF ajudarão a acender as fogueiras da inquisição?

Por Chico Vigilante*

Neste fim de semana nós brasileiros assistimos a três episódios dos mais deprimentes, entre os que se multiplicaram após o impeachment de Dilma Rousseff:

Um vídeo de Bolsonaro no Youtube dizendo que vai expulsar do Brasil toda a oposição; um de seu filho sugerindo fechar o STF; e uma coletiva à imprensa, no TSE, onde Rosa Weber demonstra não ter noção da gravidade da situação do país.

Diante dos maiores jornais do planeta, a ministra não agiu como presidente de uma Corte Suprema. Não determinou o que deveria ser feito a respeito dos crimes cometidos com fake news e uso de caixa 2 pela campanha de Bolsonaro.

O que ela fez? Nada. Disse que o TSE age sob demanda e que a Casa tem seu tempo e rito próprios. O mundo está caindo mas ela não tem pressa.

A medida que não tipifica como crime o uso de fake news e de caixa dois na eleição por Bolsonaro, Weber dá a ele, diante da testemunha do mundo, um passaporte para continuar agindo fora da lei.

A medida que a ministra se iguala ao general Sérgio Etchegoyen, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, demonstra que não tem noção do cargo que ocupa.

A medida que Etchegoyen, a quem cabe cuidar da Segurança do Planalto e não do Brasil – diz que as fake news não alteraram o resultado das eleições no primeiro turno, isso significa que ele já tomou partido e já tem lado – o lado do general amigo do capitão.

De que adianta investigar para punir se ele já diz antes do fim que não houve dano? Ele não pode sentenciar isso. Como não alterou? Milhões foram gastos em notícias falsas de maneira clandestina, e especialistas garantem que uma mudança deste porte na intenção de votos não ocorreria naturalmente em tão pouco tempo.

Somando-se ao caos institucional, o áudio de Bolsonaro via Youtube, no domingo, 21/10/2018, a seus simpatizantes na Paulista, indica claramente que se colocar os pés no Palácio do Planalto – comecará no minuto seguinte uma caça indiscriminada às bruxas.

Para que não haja dúvidas, ele nomeou um a um quem são: o PT, Lula, Haddad, ONGs, sindicatos, o MTST, o MST, ou seja, tudo que represente organização social e a defesa de um país mais igual.

Bolsonaro prega para seus simpatizantes na Paulista que vai expulsar do Brasil quem não estiver com ele. Que tipo de canalha é esse que pretende governar um país só para a metade de seu povo e exterminar a outra?

São de arrepiar suas declarações de inspiração nazista. Parece um Hitler falando: Construiremos uma nova nação. A faxina será ampla. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria…

Devo dizer a ele: do Brasil eu não saio e não deixarei de ser petista. Ele, presidente ou não, terá que nos encarar.

Todos nós brasileiros defensores da democracia aguardamos ansiosos uma manifestação à altura da crise pelos presidentes do STF e do TSE.

Após o decano do STF, ministro Celso de Mello, qualificar como “inconsequente e golpista” a declaração de Eduardo Bolsonaro, a pífia nota de Toffoli dizendo que “atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia ” é apenas protocolar.

Permitirão nossas cortes supremas que o golpe se consolide e que as fogueiras da Inquisição sejam acesas?

*Chico Vigilante é Deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF

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