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Assim caminha a educação na república de Rollemberg II: SEDF, ensino médio e o canto da sereia

Recentemente, a SEDF encaminhou ao Conselho de Educação do Distrito Federal uma proposta de reorganização dos tempos-espaços e do currículo do Ensino Médio do sistema público de ensino.

Valendo-se da autonomia legal que Estados e o Distrito Federal têm para construírem seus currículos e definirem itinerários formativos, o GDF propõe uma nova estrutura para a etapa, a partir de um desenho mercadológico, modular, fragmentado, que desconfigura o Currículo em Movimento e desconsidera os fins e princípios da educação nacional e a educação como direito social. O exercício da cidadania é negligenciado e o risco da retomada do tecnicismo pedagógico, com a formação de estudantes acríticos e mecanicamente (mal) preparados para o mercado de trabalho é iminente.

Além, a proposta privilegia conteúdos desconexos, para os quais não há profissionais especializados nos quadros efetivos da Secretaria, abrindo um precedente perigoso para a terceirização do trabalho docente e a privatização do setor, quer  pela contratação de empresas,  quer de pessoas físicas, inclusive sem a formação mínima  exigida em lei.  Intencional, a descaracterização do magistério serve a muitos propósitos, entre os quais o de garantir aos patrões liberdade no ajustamento do custo do trabalho,  sem redução de margem de lucro e com baixo risco nos investimentos. Sobra pra quem?

Atentemos ainda para o norteamento da proposta pela Base Nacional Curricular Comum que, ao contrário do que cantareja o MEC, é instrumento de legitimação das desigualdades sociais de todas as ordens, incluindo da distribuição de renda  e apropriação da riqueza.

Sob o convidativo título  “Vamos construir juntos o nosso Ensino Médio?”,  a SEDF pretendeu dar ares de construção democrática à proposta, sinalizando que setores  institucionais e da sociedade opinariam sobre o documento. Mas, se o exercício democrático prevalecesse, o encaminhamento ao CEDF, em vez de às ocultas  seria precedido do velho e bom debate. Transparente. Ao menos com os principais interessados: estudantes e suas famílias.  Ao menos nos espaços de representatividade  popular, como as plenárias da CONAPE, cuja etapa distrital aconteceu quase simultaneamente à apresentação, às ocultas,  da malfadada proposta ao Conselho… Alternativas foram muitas. O convite, ao que parece,  é que foi feito para poucos; grupo dileto.

O GDF segue o modelo golpista de rendição à dominação oligárquica e tenta arrastar a opinião pública para o seu mar de lama., maquiado de lagoa azul. Mas a população, escaldada, reconhece de longe o canto desafinado dessa sereia…

 

Por uma educação libertadora, laica e democrática!

 

Lula Livre!

Lula 2018!

Eleição sem Lula é fraude!

 

*Olga Freitas é coordenadora do Setorial de Educação PT DF, integra a CAED PT e professora da Secretaria de Educação do DF, além de professora universitária

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